quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Soneto de Fidelidade

De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
que mesmo em face do maior encanto
dele se encante mais meu pensamento

Quero vivê-lo em cada vão momento
e em seu louvor hei de espalhar meu canto
e rir meu riso e derramar meu pranto
ao seu pesar ou seu contentamento

E, assim, quando mais tarde me procure
eu possa me dizer do amor (que tive):
que não seja imortal, posto que é chama
mas que seja infinito enquanto dure.

Vinícius de Moraes

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